* Por Lucas Ottoni
Hoje é o dia de encerrarmos as avaliações do elenco do New Orleans Hornets na última temporada. A posição restante é a de pivô, e é até estranho fazer uma análise dos grandalhões do Hornets, pois eles já estão assinados com outras equipes e não fazem mais parte do novo plantel dos zangões. Mas, enfim, se defenderam as nossas belas cores em 2011-12, merecem entrar na retrospectiva. Só que antes de falarmos sobre eles, eu vou listar abaixo as posições que já foram avaliadas aqui no Brazilian Hornet:
1 ARMADORES (Jarrett Jack / Greivis Vasquez)
2 ALAS-ARMADORES (Eric Gordon / Marco Belinelli / Xavier Henry)
3 ALAS (Trevor Ariza / Al-Farouq Aminu)
4 ALAS-PIVÔS (Carl Landry / Jason Smith / Gustavo Ayon / Lance Thomas)
Agora sim, podemos falar sobre os pivôs do nosso querido Hornets na última temporada:
* CHRIS KAMAN #35
Médias: 29.2 mpg / 13.1 ppg / 2.1 apg / 7.7 rpg / 0.5 spg / 1.6 bpg
Número de jogos: 47 (33 como titular)
Reza a lenda que o pivô germânico teria ficado bastante chateado quando soube que iria para New Orleans, após ter sido trocado para o Hornets (no negócio que enviou o armador Chris Paul para o Los Angeles Clippers, em dezembro de 2011). Assim que desembarcou na Louisiana, Kaman teria pedido uma transferência para algum outro time imediatamente, mas não foi atendido. Contrariado, o pivozão teve que cumprir o contrato (aliás, um belo contrato!), mas a sua atitude inicial não passou despercebida e acabou desagradando alguns executivos da franquia. Mesmo atuando normalmente no início da temporada 2011-12, o alemão (nascido nos EUA) parecia sem clima na terra do jazz, tanto que acabou afastado da equipe no fim de janeiro para ser negociado no mês seguinte. Como as propostas pelo ótimo pivô não foram satisfatórias, o Hornets resolveu reintegrá-lo ao elenco e contar com os seus serviços até o fim do campeonato. De volta à quadra, o Kaman foi nada menos que profissional. Jogou, deu o seu máximo, fez algumas excelentes partidas e mostrou a sua qualidade aos fãs dos zangões. Após o término da competição, ele viu que jogar em New Orleans não foi tão ruim e deixou no ar até a possibilidade de renovar o seu contrato com a equipe e permanecer na cidade, mas a franquia não teria mostrado interesse em um novo acordo. Aos 30 anos de idade, Kaman não se encaixa dentro do atual projeto do Hornets e do técnico Monty Williams: desenvolver jogadores jovens e com energia defensiva. Aliados ao desgaste ocorrido no início da temporada passada, esses fatores acabaram afastando o habilidoso pivô da Louisiana.
PONTO POSITIVO: Ex-All-Star (2010), o Kaman é um pivô muito técnico e com inúmeros recursos ofensivos, além de ser bom apanhando rebotes. Sabe jogar embaixo da cesta, tem um ótimo jogo de pernas e também é eficiente nos arremessos de média distância (veja o vídeo). No Hornets, ele mostrou algumas dessas qualidades e obteve 15 duplos-duplos.
PONTO NEGATIVO: Os seus primeiros meses em New Orleans não foram dos mais agradáveis, já que ele parecia contrariado com a troca que o enviou para o Hornets (o que culminou no seu afastamento do elenco). Além disso, não é um defensor dos mais aplicados, e isso o teria feito cair em desgraça com o técnico Monty Williams.
O FUTURO: Não será em New Orleans. O contrato do Kaman se encerrou no fim do último campeonato, e o Hornets não se interessou em um novo acordo com o jogador. Diante disso, o alemão acabou acertando a sua ida para o Dallas Mavericks, no mês passado. No Texas, ele formará dupla com o seu compatriota Dirk Nowitzki e receberá U$ 8 milhões por 1 temporada.
* EMEKA OKAFOR #50
Médias: 28.9 mpg / 9.9 ppg / 0.9 apg / 7.9 rpg / 0.6 spg / 1.0 bpg
Número de jogos: 27 (todos como titular)
Você pagaria mais de U$ 1 milhão por mês pelos serviços do Emeka Okafor? Pois é, era exatamente isso o que o Hornets estava fazendo há pouco tempo atrás. Um enorme desperdício de “verdinhas”, concordam? E o Okafor na Louisiana foi isso aí: produziu pouco para a fortuna que recebia e nunca se tornou aquele grande pivô que os torcedores esperavam. Em três temporadas atuando com o uniforme dos zangões, o Mek não conseguiu repetir o sucesso do Tyson Chandler e acabou não tendo uma passagem das mais marcantes – mesmo com médias próximas às de um duplo-duplo. Só para resumir: boa postura defensiva, alguns rebotes, um toco aqui e ali, e só. No ataque? Quase nada. Falando mais especificamente da temporada 2011-12, aí é que a coisa foi ainda pior. Por causa de uma misteriosa lesão no joelho esquerdo, o pivô de 29 anos ficou fora de mais da metade da competição e perdeu os últimos meses de disputa. Todos no Hornets sabiam que era preciso dar um jeito de se livrar do Emeka e de seu oneroso contrato, e parece que a franquia já havia tentado negociar o atleta ao longo da última temporada, mas sem sucesso. Então, no dia 20 de junho, o Washington Wizards apareceu e levou o Okafor e o Trevor Ariza para a capital americana, em troca da escolha de draft que nos rendeu o jovem ala Darius Miller. E, honestamente, eu nem me lembro do jogo derradeiro do nosso ex-pivô com o uniforme do Hornets. Como eu havia dito antes, o Emeka teve uma passagem que – definitivamente – não foi das mais marcantes.
PONTO POSITIVO: É a defesa. O Emeka Okafor é um cara atlético e com uma disposição defensiva enorme. É bom para distribuir bloqueios (confira o vídeo) e apanhar rebotes. No entanto, essas qualidades não supriram a sua falta de talento ofensivo nesses três anos de Hornets. Quando o time mais precisou de poder de fogo lá embaixo da cesta, ele pouco apareceu. Contudo, a sua participação na defesa foi positiva.
PONTO NEGATIVO: Um pivô titular que pontua de forma tão modesta não pode resolver os problemas do Hornets. E o Okafor é esse tipo de jogador. Além de não possuir um bom arsenal ofensivo, é fraco na linha de lances livres e ineficiente longe da cesta. Também costuma cometer aquelas infrações de 3 segundos plantado no garrafão, seja na defesa ou no ataque – e isso irrita muito. Em 2011-12, mais uma vez acabou não se destacando.
O FUTURO: Será em Washington, DC. O Hornets precisava se livrar do contrato ruim do Okafor, e acabou conseguindo isso ao enviá-lo para o Wizards. O casamento entre o Emeka e os zangões definitivamente não deu certo, e já era hora de se colocar um ponto final nessa relação. Eu acho que foi bom para ambas as partes.
– Outros pivôs que passaram pelo Hornets (sem grande repercussão) na temporada 2011-12: Jeff Foote, Chris Johnson, Solomon Jones e Darryl Watkins.
* BAIXA NO BANCO: O assistente James Borrego (o do sobrenome esquisito, lembram?), um dos homens de confiança do treinador Monty Williams, aceitou um convite do Orlando Magic e não deverá fazer parte da equipe técnica do Hornets para a temporada 2011-12. Vale lembrar que Borrego foi o comandante dos zangões (1-4) na Summer League de Las Vegas 2012.
* OTIMISMO: O recém-contratado Robin Lopez mal chegou em New Orleans e já mostrou uma enorme animação com o fato de poder formar uma dupla de garrafão com o jovem Anthony Davis. O pivô, ex-Phoenix Suns, elogiou o time do Hornets e garantiu que está saudável e pronto para ajudar os zangões em 2012-13. Só que para nos ajudar, ele precisará fazer melhor do que fez no Arizona. Aliás, muito melhor.
* GAROTO AMBICIOSO: Vejam aqui o que o Anthony Davis andou dizendo nos últimos dias. É disso que eu gosto! Uma ambição que há tempos eu não via lá pelos lados de New Orleans. Pensando desse jeito, parece que o céu é o limite para esse rapaz!