* Por Lucas Ottoni
Dando prosseguimento ao nosso trabalho de avaliação do elenco do New Orleans Hornets na temporada 2011-12 da NBA, chegou a hora de falarmos sobre os ALAS da equipe. Já analisamos os ARMADORES e os ALAS-ARMADORES, e agora vamos destacar os jogadores da posição 3, aqueles que costumam jogar abertos, pelas laterais da quadra. Geralmente, os alas possuem inúmeras funções dentro de um time de basquete. Eles defendem o perímetro e atacam a cesta adversária – seja “chutando” ou infiltrando – sem concentrar o jogo dentro do garrafão, como também podem se movimentar abrindo espaços para outros jogadores encontrarem a cesta com mais facilidade. De fato, essa é uma posição que exige muito do atleta. E então? Será que os alas do Hornets mandaram bem? É isso o que iremos avaliar agora…
* TREVOR ARIZA #1
Médias: 32.9 mpg / 10.8 ppg / 3.3 apg / 5.2 rpg / 1.7 spg / 0.6 bpg
Número de jogos: 41 (todos como titular)
A temporada 2011-12 acabou não sendo das mais marcantes para o ala Trevor Ariza. Resumindo: alguns problemas físicos, as habituais dificuldades (técnicas) no setor ofensivo, uma defesa – até certo ponto – eficiente e raras atuações de destaque. Essa combinação de fatores aponta para uma carência importante dentro do elenco do Hornets. Pois é, está muitíssimo claro que a franquia da Louisiana necessita de um ala mais gabaritado tecnicamente. Não que o Ariza seja um mau jogador, longe disso. Ele é um ala com uma energia defensiva e uma entrega tremenda dentro de quadra. Além disso, é um atleta que não costuma se esconder ou se omitir durante os jogos. Porém, o Hornets é uma equipe sedenta por talento ofensivo, algo que é justamente o ponto fraco do Ariza. Na verdade, ele não possui um arremesso dos mais confiáveis e também mostra enormes dificuldades técnicas no controle da bola e na execução das jogadas. E para piorar a situação do Ariza, o técnico Monty Williams o afastou da reta final do campeonato para poder observar melhor o desempenho do seu reserva, o jovem Al-Farouq Aminu. E o que fez o Aminu? Bem, ele apresentou uma grande energia defensiva e algumas deficiências ofensivas. Isso te lembra alguém? Pois é… Então, o dilema que cabe aqui é o seguinte: o que é melhor para a franquia? manter um jogador de quase 27 anos que não é essencial ao elenco, ou investir em um jovem de 21 anos, com potencial de crescimento e características similares às de seu titular, além de um contrato bem mais barato? Enfim, essa temporada deu todos os indicativos de que o Trevor Ariza poderá estar vestindo um outro uniforme em 2012-13.
PONTO POSITIVO: O Ariza é um cara trabalhador, além de um bom defensor. O grande valor dele está em sua energia para a marcação e sua entrega em quadra (veja um belo roubo dele no vídeo abaixo). E é exatamente por causa disso que o ala do Hornets sempre terá mercado na NBA – enquanto tiver condições físicas, é claro. Muitas equipes admiram a disposição defensiva do Ariza, que, inclusive, já foi campeão da liga com o Los Angeles Lakers (na temporada 2008-09).
PONTO NEGATIVO: Se você procura por um ala talentoso, que possa marcar pontos e se tornar um dos condutores do seu time dentro de quadra, então risque o Trevor Ariza da sua lista de compras. Ele não pode (de jeito algum!) ser o ala titular de uma equipe que careça de poder ofensivo – como o Hornets. As dificuldades técnicas desse jogador são bem nítidas, e ele demonstrou isso novamente em 2011-12. No fim das contas, o Ariza seria o nome ideal para franquias que precisam de um bom reserva para entrar e defender o perímetro. E nada mais.
O FUTURO: Honestamente, eu não vejo a menor necessidade de se manter o Ariza no elenco do Hornets. A equipe já conta com o Aminu para ser reserva e desempenhar um papel bem similar recebendo muito menos dinheiro por isso. Além do mais, os zangões necessitam de um ala titular com mais poder ofensivo, algo que está muito claro. Então, o Ariza poderia até ser envolvido em uma troca que nos traga o jogador que tanto precisamos. Quem sabe?
* AL-FAROUQ AMINU #0
Médias: 22.4 mpg / 6.0 ppg / 1.0 apg / 4.7 rpg / 0.9 spg / 0.5 bpg
Número de jogos: 66 (21 como titular)
Temos um longo caminho a ser percorrido aqui. A temporada 2011-12 mostrou que o Al-Farouq Aminu é um jogador ainda em formação, que precisa trabalhar muito para alcançar o mínimo de consistência dentro de uma quadra da NBA. Como vocês devem lembrar, ele chegou ao Hornets como parte daquela negociação que enviou o nosso ex-armador Chris Paul ao Los Angeles Clippers. Assim sendo, logo nos primeiros jogos com o time dos zangões, o Aminu deu mostras de que é um atleta “cru” para atuar entre os profissionais. Eu acho que ele acabou indo para a NBA antes da hora (aos 19 anos) e está pagando o preço por ter adiantado o seu processo de desenvolvimento como jogador. Talvez, mais um ou dois anos jogando na universidade (Wake Forest) poderiam ter feito muito bem ao ala de descendência nigeriana. Ele tem apenas 21 anos, acabou de cumprir a sua segunda temporada na liga (a primeira com o Hornets) e vem apresentando alguns defeitos em seu jogo, principalmente quando tem a bola nas mãos. No ataque – onde não raramente foi vítima de bloqueios e roubos fáceis -, ficou evidente a sua falta de maturidade. Além disso, ele possui um arremesso que precisa ser trabalhado, embora não seja tão ruim. Apesar dessas deficiências, o Aminu é um jogador com algum potencial, principalmente no setor defensivo. Ele é atlético, longilíneo, tem muita energia para marcar o perímetro e consegue apanhar rebotes com alguma facilidade, devido à sua estatura (2,06 metros) e boa impulsão. Na reta final da temporada – quando recebeu chances como titular -, mostrou qualidades (sobretudo defensivas) para se tornar um reserva útil. Se bem trabalhado, o Aminu pode vir a ser uma peça interessante para compor o nosso elenco a longo prazo. Mas vale repetir: há um longo caminho a ser percorrido aqui.
PONTO POSITIVO: É jovem, atlético, bom para apanhar rebotes e apresenta potencial defensivo (veja um bloqueio dele no vídeo abaixo). Com um pouco mais de maturidade e lapidação em seu jogo, o Aminu tem tudo para ser um jogador muito legal de se assistir nos próximos anos. Se ele conseguir aliar alguma técnica ao seu atletismo, o New Orleans Hornets ganhará um ala verdadeiramente capaz de fazer a diferença em suas partidas, mesmo que saindo do banco de reservas.
PONTO NEGATIVO: Imaturidade, inexperiência e pouca técnica com a bola nas mãos. Existem jovens jogadores que já entram na NBA com um QI fora do normal e possuem uma facilidade extrema para evoluir e causar impacto com alguma rapidez. Exemplos? Chris Paul, LeBron James, Kevin Durant, Kobe Bryant, etc. Só que esse – obviamente – não é o caso do Aminu. Ele é “cru” demais e precisa ser trabalhado de forma intensa para desenvolver o seu jogo. Além disso, não há garantia alguma de que ele se tornará um grande atleta no futuro. Chegou na NBA de forma precoce (escolhido pelo Clippers, em 2010) e teve dificuldades em sua temporada de estreia com o Hornets.
O FUTURO: Com a provável saída do Trevor Ariza, é muito seguro afirmar que o Aminu seguirá em New Orleans como um ala reserva dentro do elenco dos zangões. Ele é mais uma aposta do técnico Monty Williams, que pretende transformá-lo em um defensor eficiente, além de desenvolver o seu jogo como um todo. Portanto, eu creio que a Louisiana deve ser a casa do atleta pelas próximas temporadas.
– Outros alas que passaram pelo Hornets (sem grande repercussão) na temporada 2011-12: DaJuan Summers.
* PRÉ-DRAFT: O New Orleans Hornets já está começando a avaliar alguns jovens atletas que poderão ser candidatos à escolha de número 10 da franquia da Louisiana. Nomes como John Henson, Jeremy Lamb, Austin Rivers, Tyler Zeller e Terrence Jones estiveram no Alario Center esta semana e realizaram treinos sob as vistas do técnico Monty Williams e do GM Dell Demps. Nos próximos dias, o BH falará um pouco sobre cada um desses rapazes (e também sobre outros) – e o que eles poderão fazer pelo Hornets. Aguardem!
* PLAYOFFS: E não é que o San Antonio Spurs acabou eliminado pelo Oklahoma City Thunder? Com isso, o meu palpite (Spurs vs Heat na final) virou fumaça. Acontece que o Kevin Durant é um jogador impressionante. Jogar basquete parece algo facílimo para ele, e o Thunder agora pinta como um forte candidato ao título da temporada. Contudo, eu prefiro não palpitar mais. Vamos deixar a coisa rolar… O certo mesmo é que teremos excelentes jogos na decisão, seja contra Miami Heat ou Boston Celtics.