A MELHOR DEFESA É O ATAQUE

A luta de Greivis Vasquez mostra um Hornets forte apenas na marcação

* Por Lucas Ottoni

Essa frase do título é bastante surrada, batida, eu sei disso. Contudo, não encontrei nada melhor para resumir a campanha 3-10 do New Orleans Hornets. Nosso time tem apresentado uma boa defesa em quase todos os jogos da temporada 2011-12 da NBA, tanto que sofremos mais de 100 pontos em apenas duas partidas. Por outro lado – e isso é algo que eu já havia escrito antes -, de nada adianta você limitar o seu adversário a 80 pontos e acabar perdendo o jogo. E essa tem sido a tônica da equipe treinada por Monty Williams: sólida na defesa, mas péssima (terrível!) no ataque. Nesta segunda-feira, feriado (nos EUA) em homenagem a Martin Luther King, os zangões conheceram  mais uma derrota no campeonato e, como de costume, mostraram o seu repertório de erros e desperdícios no setor ofensivo. Melhor para o Portland Trail Blazers (8-5), que saiu de quadra com a vitória, por 84 a 77, em plena New Orleans Arena. Espero não estar sendo repetitivo, mas aí vão alguns números para vocês:

– Field Goal (os tiros de quadra): 28-68. Um percentual de acertos de apenas 41.2%. E olha que já tivemos índices piores, nessa temporada!

– Arremessos da linhas dos 3 pontos: 0-9. Foram nove “chutes” e NENHUM, eu escrevi NENHUM, acerto. Ah, e também não é a primeira vez que acontece.

– Turnover (os erros que ocasionam a perda da posse de bola): 19 TO. É muita coisa. Isso também ajuda a explicar o porquê de termos anotado apenas 77 pontos na partida de ontem.

Olhando para esse quadro, fica fácil de entender o motivo da derrota. É legal você ter um time que defende o seu garrafão com energia e incomoda os adversários, com uma marcação forte. Contudo, sem produção ofensiva, esses esforços acabam indo por água abaixo. A melhor defesa, às vezes, é o ataque. Portanto, com esses números, o Hornets dificilmente conseguirá arrancar vitórias, mesmo apresentando uma defesa sólida. As limitações ofensivas da equipe da Louisiana já são mais do que conhecidas por todos os que acompanham os jogos dos zangões, e providências devem ser tomadas imediatamente. Não há muito mais o que comentar sobre esse assunto. Já está tudo muito claro: SE NÃO MELHORAR A PRODUÇÃO NO ATAQUE, CONTINUARÁ PERDENDO OS JOGOS, UM APÓS O OUTRO. É isso aí.

Chris Kaman foi bem no ataque

A filosofia defensiva do técnico Monty Williams vem dando resultados, mas o nosso ataque segue causando longos arrepios nos torcedores do Hornets. É preciso encontrar soluções para isso, e eu não sei quais serão. O fato é que alguma coisa precisa ser feita. Treinar (exaustivamente) um bocado de jogadas ofensivas? Será que teremos tempo suficiente para esses treinamentos? Praticar mais arremessos? Contratar um especialista em jogadas de ataque para auxiliar o trabalho do Monty? O New York Knicks, por exemplo, foi buscar o Mike Woodson (ex-técnico do Atlanta Hawks) para ser o assistente do treinador Mike D’Antoni e trabalhar o setor defensivo da equipe. Por que não podemos pensar em algo parecido, só que para melhorar o nosso ataque? Acho que é válido, pois precisamos evoluir (e muito) nesse sentido. Caso contrário, os resultados negativos não vão dar refresco à torcida dos zangões.

* Veja aqui o Box Score (com vídeos) da partida

Sobre o jogo diante do Blazers, vimos o de sempre: erros infantis, desperdícios demais no ataque, momentos de apagão no terceiro quarto e muitas alterações na rotação do time, inclusive do quinteto titular (sobre isso, falaremos em um post futuro). Entretanto, nem tudo foi ruim. O armador Jarrett Jack anotou 21 pontos, o pivô Emeka Okafor conseguiu um double-double (12 pontos e 10 rebotes) e os reservas Chris Kaman e Gustavo Ayon (cada vez melhor) entraram bem, no decorrer da partida. É bom, mas é muito pouco. O Hornets precisa buscar alternativas urgentes para render melhor no ataque, como um time. Essa é a prioridade número 1 do técnico Monty Williams, e eu não vejo nada mais relevante. O último lance do jogo de ontem retratou bem a postura dos zangões no setor ofensivo. A bola parecia queimar nas mãos dos jogadores, ninguém queria arriscar o arremesso, mesmo com o cronômetro zerando. Está mais do que na hora de transformar essa indecisão em pontos, ok?

* Curta aqui as avaliações (em inglês) dos jogadores do Hornets e algumas imagens da partida contra o Blazers – blog Hornets247

Não consegui encontrar um vídeo com imagens da partida, então resolvi colocar uma entrevista com o ala-pivô mexicano Gustavo Ayon, na New Orleans Arena. A conversa acontece em espanhol, aí fica mais fácil de entender o que o nosso jogador está falando. Veja:

OBS 1: A ausência do ala-armador Eric Gordon (que ainda se recupera de uma lesão no joelho) também pode entrar na lista de motivos para a nossa pífia produção ofensiva. Afinal, perder um jogador que tem média de mais de 20 pontos por jogo não é nada fácil.

OBS 2: Míseros 10 minutos em quadra, e apenas 1 ponto anotado diante do Blazers. O que estará havendo com o ala-pivô Carl Landry? 


 FERROADAS

* CONVOCADO: O ala-armador Eric Gordon é o representante do New Orleans Hornets na pré-lista da seleção dos EUA que irá se preparar para os Jogos Olímpicos de 2012, em Londres. Vinte jogadores (dois a mais do que o esperado) vão disputar as 12 vagas no elenco que seguirá para a Inglaterra. A concorrência é forte! Confira os nomes aqui.

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12 pensamentos sobre “A MELHOR DEFESA É O ATAQUE

  1. Bom, não tem muito o que comentar, novamente o time foi bem na defesa e mal no ataque. Com as voltas de Ariza e principalmente Eric Gordon, o time vai melhorar e muito. Por enquanto é torcer pro time ir ganhando os jogos sem eles. Próximo partida é novamente com o Memphis, mas agora o jogo é em nossa casa. É isso. Desculpa fazer um comentário que não adiciona em nada o post, mas não tem muito o que falar mesmo. Abs.

    • É verdade, André. Os problemas são os mesmos de sempre. O ataque do Hornets é um horror. E a situação está tão braba, que um jogador como o Carl Landry me sai de quadra com apenas 1 pontinho anotado. Já o Marco Belinelli foi um pouquinho melhor: fez 2. O time, no geral, tem sido terrível no setor ofensivo. E é como você disse: as voltas do Eric Gordon e do Trevor Ariza podem ser aquele algo mais que está faltando para voltarmos a ganhar alguns jogos.

      Contra o Memphis, teremos outro jogo complicado. Principalmente se não conseguirmos (de novo) acertar a mão no ataque. O jeito é esperar e torcer para que tudo dê certo, né?

      Abço!

  2. oi Lucas. Estive uma semana fora da internet, mas parece que os resultados se mantêm. Os Hornets podem fazer bem melhor do que estão a fazer, mas por enquanto não estou chateado com a situação na tabela. Penas os Wolves estarem a ganhar em demasia…

    Já agora, os Hornets estão mesmo na Conferencia errada, pois jogar contra Oklahoma, Denver, Portland e Memphis (sem contar com os outros tubarões) não leva jeito não… Detroit, New Jersey, Charlotte, Milwaukee e Washington são bastante inferiores aos Hornets, mas poderão acabar com melhor score, por jogarem mais vezes entre eles…

    Cumprimentos

    • É verdade. Bem observado, Sergio. A Conferência Oeste é mais forte, e o Hornets terá um número maior de jogos contra adversários de melhor qualidade. E o mais curioso disso tudo é que, ao observar o mapa dos EUA, você verá que New Orleans fica (e muito!) na Costa Leste! Até nisso, fomos prejudicados. Nos pegaram no Leste e nos jogaram para os “tubarões” (só para ficar no termo que você usou… rs) do Oeste. A vida não é fácil para a nossa franquia mesmo. rs

      E eu concordo com você. Podemos fazer melhor, mas essa campanha 3-10 é reflexo de um time que não tem um bom ataque, embora seja sólido na defesa. Precisamos trabalhar isso (sendo repetitivo mesmo… rs). Já o Wolves está com uma campanha 5-8 (e foi horrível termos perdido em casa para eles! Na minha opinião, foi a nossa pior derrota).

      É bom tê-lo de volta, caríssimo patrício. rs

      Abço!

      • Uma prova que a conferência Oeste é bem mais forte e disputada, é que na maioria das temporadas, o 10º, 11º e as vezes até o 12º do Oeste faz uma campanha melhor que o 8º do Leste. Na temporada passada, o Utah Jazz acabou em 11º, com 39 vitórias e 43 derrotas (47,6%) e ficou longe de ir aos Playoffs, o Indiana Pacers, fez uma campanha pior, 37 vitórias e 45 derrotas (45,1%), terminou em 8º e foi aos Playoffs.

  3. É Lucas, boa análise…
    MAs estamos na msm… desde o ano passado. Msm com CP3 e West nosso ataque ja era limitado. Vai mt da filosofia do Treinador.
    Eu axo q precisamos contratar um um auxiliar, especialista em ataque.

    Eu eu axo q o Monty ta pensando no Draft, Landry, Kaman, estao mt ficando mt tempo no banco… estranho demais…

    • Bem lembrado, grande Kaio. Esses problemas ofensivos vêm desde a temporada passada. Mas, naquela época, tínhamos o Chris Paul e o David West (até mesmo o Marcus Thornton, em algumas ocasiões) para nos salvarem. E eu também acho que seria uma boa ideia contratar um auxiliar de ataque para o Monty Williams. Alguém que trabalhe esse setor do time, enquanto o Monty se preocupa com a defesa e a rotação, no geral. Não sei se a franquia tem isso em mente, mas todos estamos vendo o porquê desses resultados ruins.

      Quanto a pensar em draft, eu tenho minhas dúvidas. Há uns três dias, vi o Chris Kaman dando uma entrevista e dizendo que o time precisava ganhar alguns jogos para tentar sonhar com os playoffs. Não acho que o Monty esteja jogando a toalha, não. Sobre as inúmeras mudanças na rotação (e eu espero escrever sobre isso mais à frente), acho que não passam de tentativas do Monty, em busca de soluções dentro dos jogos. O Kaman ontem jogou mais tempo, estava bem na partida. O Landry jogou pouco, mas o Ayon foi muito bem, e o Monty preferiu deixá-lo mais tempo em quadra. O Jason Smith começou o jogo, mas foi mal. O Belinelli nem se fala. Quando o treinador vê que a coisa não está andando, ele procura modificar, arriscar, sempre pensando na vitória, creio eu. O time acaba ficando mexido demais, sem um padrão, eu concordo. Mas não podemos culpar o Monty por tentar mudar aquilo que não está dando certo. E temos tempo para acertar, não tem mais essa coisa do “precisamos ganhar agora” (o Chris Paul já está há alguns quilômetros de distância de New Orleans… rs). Mas isso não quer dizer que haja comodismo com as derrotas. Acho que não é por aí.

      Aliás, no Game Story da NBA (lá onde fica o Box Score), aparece o Monty Williams cobrando atitude e falando o seguinte: “Nós não podemos apenas olhar para isso (as derrotas) e dizer que estamos esperando as voltas de Eric (Gordon) e Trevor (Ariza)”. Sobre os 10 minutos para o Landry, o Monty disse: “Ele precisa recuperar o fogo. Ele sabe que não está jogando bem”. Quer dizer, eu não acho que isso seja discurso de quem pouco se importa com as derrotas e já esteja com a cabeça no draft. A não ser que o Monty Williams seja um belíssimo ator, ou um cara que manipula muito bem a imprensa… rs

      A minha opinião (longa, por sinal… rs) é essa, Kaio. Aquele abraço!

  4. é, luc. onosso ataque é mesmu um horror. eu vi o jogo agorinha (tenho LP!!), saí cedo da faculdade (tenho um projeto lá q começou essa semana), aí deu pra assistir, nao adianta ficar mos felizes com a nossa defesa. levamos só 84 pontos do portland, ki legal. mais fizemos só 77! e daí,q temos defesa? estamos perdendo os jogos!! concordo com vc e o kaio: precisamos de alguem pra treinar o nosso ataque. o monty willians está a quase 2 anos e em NO e nao conseguiu. somos o pior time do campeonato nos 3 pontos, eu acho. isso é ridiculo guris. vou nessa. Fui!!

    • É verdade, Bruno. Precisamos melhorar (e muito!) no ataque. Já tivemos um 0-9 e, pior, um 0-15 em arremessos de três. Isso é ridículo mesmo. Por isso, sugeri um assistente para treinar jogadas de ataque. O time tem que ter alternativas para pontuar mais. Caso contrário, seguirá perdendo os jogos.

      Aquele abço!

  5. Boa noticia! Ariza treinou nesta terça-feira, e pode estar disponível para jogar amanhã! Se não voltar contra o Memphis, volta contra o Rockets, na quinta.

    • Sim, a notícia é boa. O Ariza é um jogador importante para o time. Ele não vai ajudar muito a resolver os nossos problemas no ataque, mas é um jogador mais completo e experiente que o Aminu e o Summers. Agora, só falta o retorno do Eric Gordon, que deve demorar mais um pouquinho.

      Abço!

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